sexta-feira, 14 de junho de 2013

DICLOFENACO APRESENTA RISCOS CARDIOVASCULARES AUMENTADO, CONCLUI AGÊNCIA EUROPÉIA.

   O Comitê de Avaliação do Risco de Farmacovigilância (CARF) da Agência Europeia de Medicamentos (EMA) concluiu sua análise sobre diclofenaco e definiu que o medicamento apresenta riscos semelhantes aos inibidores seletivos da COX-2, especialmente quando usado em doses elevadas (150 mg) ou quando usado a longo prazo .
   O comitê relata que os benefícios do diclofenaco exceder os riscos, mas que os Médicos devem tomar as mesmas precauções para minimizar eventos tromboembólicos, como fazem com os pacientes tratados com inibidores seletivos da COX-2.
  Os pacientes que têm distúrbios cardíacos ou circulatórios graves e condições subjacentes, tais como insuficiência cardíaca, problemas circulatórios, antecedentes de Infarto do Miocárdio ou de acidente vascular cerebral, não deve usar o diclofenaco, de acordo com este Comitê. Os com fatores de risco cardiovasculares como hipertensão arterial, colesterol elevado, diabetes ou hábitos tabágicos, só devem utilizar o diclofenaco após cuidadosa avaliação. Profissionais de saúde também são orientados a reavaliar periodicamente a necessidade de os pacientes continuarem a tomar este medicamento. 
    A avaliação realizada pelo Comitê foi iniciada em outubro de 2012 após a EMA conclui um relatório sobre as informações publicadas em relação a segurança cardiovascular dos medicamentos anti-inflamatórios não-esteróides (AINEs). Como CARF, a EMA concluiu que havia um aumento pequeno mas consistente no risco de efeitos colaterais cardiovasculares com diclofenaco em comparação com outros AINEs, que este risco era semelhante aos observado com os inibidores da COX-2. As conclusões atuais baseiam-se em todos os dados publicados e não publicados.
Referência: The Heart.org

sábado, 8 de junho de 2013

ATIVIDADE FÍSICA EM PORTADORES DE INSUFICIÊNCIA CARDÍACA, O QUE SE DEVE SABER


        Esta revisão aborda as pesquisas que apóiam o uso de treinamento físico em pacientes com insuficiência cardíaca (IC), assim como sua aplicação clínica. A seguir, 10 pontos importantes: 
1. O treinamento físico em pacientes com IC é capaz de melhorar a capacidade aeróbica (e, portanto, a capacidade funcional) em 15-30%. 
2. A capacidade física pode ser avaliada através da medida do consumo máximo de oxigênio no estresse (VO2máx) obtido durante um teste cardiopulmonar. A VO2máx é alterada na insuficiência cardíaca devido à redução do débito cardíaco e da capacidade de extração periférica de oxigênio. 
3. Durante o exercício máximo, há produção de lactato, o que leva à formação de CO2 e ao aumento compensatório da freqüência respiratória (aumento do volume/minuto). O limiar anaeróbio ocorre quando o volume/minuto aumenta exponencialmente ao VO2. O treinamento físico atrasa a ocorrência do limiar anaeróbio, o que pode reduzir a dispnéia aos exercícios na IC. 
4. Os protocolos de avaliação da função cardiopulmonar escolhidos devem compreender exercícios por 8 a 12 minutos, de forma a garantir que resultados adequados sejam obtidos. Geralmente, as medicações utilizadas na IC não precisam ser ajustadas ou suspensas para a avaliação. 
5. A tolerância inicial ao exercício (VO2máx) medida na primeira avaliação cardiopulmonar deve ser utilizada para nortear a prescrição de exercício (duração e intensidade da atividade física) 
6. O teste da caminhada de 6 minutos não substitui as informações obtidas pelo teste cardiopulmonar. A estimativa da VO2máx a partir de testes que não medem a troca gasosa pulmonar são freqüentemente errôneos em pacientes com IC. 
7. A fraqueza muscular é um importante fator contribuinte para um pobre status funcional em pacientes com IC. Treinamentos de força usando exercícios de resistência devem ser incorporados ao regime de treinamento, já que foi demonstrado que ele pode melhorar a tolerância submáxima ao exercício e reduzir a sobrecarga cardiovascular ao melhorar a eficiência da musculatura. 
8. Foi demonstrado que o treinamento físico é capaz de reduzir as concentrações de peptídeo natriurético e de catecolaminas, assim como os níveis dos marcadores de estresse oxidativo, inflamação e disfunção endotelial. Ele também é capaz de melhorar o débito cardíaco, provavelmente devido à redução periférica da pós-carga. 
9. No maior estudo sobre atividade física em pacientes com IC, o HF-ACTION, o treinamento físico promoveu diminuição de 11% no desfecho primário ajustado composto por mortalidade e hospitalização. 
10. A aderência dos pacientes aos programas de exercício de longo prazo é baixa, e os efeitos do treinamento duram cerca de 2 a 3 semanas após a cessação da atividade física.

Autor: Jennifer Ann Cowger, M.D., M.S.
Traduzido por: Dra. Fernanda Seligmann Feitosa.
Referência: Conraads VM, Beckers PJ. Exercise Training in Heart Failure: Practical Guidance. Heart 2010;96:2025-2031