quinta-feira, 7 de junho de 2012

DIGOXINA NO SÉCULO XXI.

   Não poderia ter melhor tema para iniciar um blog sobre insuficiência cardíaca do que iniciar escrevendo sobre a digoxina, medicamento com mais de 200 anos, que se não diminuiu mortalidade, aliviou muito sofrimento, melhorando a qualidade de vida e diminuindo hospitalizações. Embora tenha grande valor terapêutico não tem grande valor econômico, e isto talvez faça com que não haja interesse em investir em pesquisa nessa droga, preferindo-se drogas de menor valor terapêutico mas com maior valor econômico.
   Para homenagear a digoxina escolhi o estudo DIG ( Digitalis Investigation Group ) que estuda a mesma há 15 anos, e que acho que seja o mais importante no assunto. A primeira conclusão deste estudo foi que embora não diminuísse mortalidade, diminuiu internamento e sintomas, melhorando portanto a qualidade de vida e reduzindo custos. Houve um aumento não significativo na mortalidade em mulheres, sendo observado nível de digoxina sérica aumentada naquelas que morreram e o tinha medido, o que levou a conclusão que a dose nas mulheres deveria ser a metade da dos homens. Dez anos após foi feito uma nova avaliação do estudo que mostrou nos homens que tinham digoxina sérica entre 0,5 a 0,9ng/ml, diminuição de mortalidade e hospitalizações, nos entre 0,9 e 1,1ng/ml não haver diminuição de mortalidade e acima de 1,2ng/ml aumento, em relação as mulheres entre 0,5 e 0,9ng/ml melhorou morbidade mais não mortalidade e havendo aumento de mortalidade nos níveis superiores a 1,2ng/ml. Agora foi publicada uma nova revisão, 15 anos, mostrando que nos pacientes mais grave, ou seja de alto risco, a digoxina diminuiu mortalidade.
   Em conclusão o uso da Digoxina deve ser revisto, e a mesma usada nos pacientes de alto risco ou nos com IC sintomática, principalmente com tratamento com as outras medicações já otimizado e que ainda apresentam sintomas de insuficiência cardíaca, e naqueles em cujo o uso de betabloqueador esteja impossibilitado.
Referências: DIG no século XXI, Uptodate, Theheart.org, (click).

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