segunda-feira, 30 de setembro de 2013

MARCAPASSO BIVENTRICULAR EM PACIENTES COM BAV-T E INSUFICIÊNCIA CARDÍACA.

  Há algum tempo vem sendo discutida a possibilidade da estimulação apical do ventrículo direito causar remodelamento e disfunção do esquerdo nos pacientes com bloqueio átrio-ventricular total (BAV-T), assim como naqueles já com insuficiência cardíaca (IC) esta estimulação causar dissincronia e piorar a IC.
   Um estudo publicado recentemente avaliou se a estimulação biventricular pode reduzir a mortalidade, morbidade e remodelamento ventricular esquerdo adverso nesses pacientes.
   Foram incluídos neste estudo pacientes que tinham indicação para uso de marcapasso (MP) por BAV-T; Classe funcional da New York Heart Association (NYHA) I, II, III e fração de ejeção do ventrículo esquerdo menor do que 50%. Os pacientes receberam um marcapasso cardíaco, ou ressincronizador ou cardioversor-desfibrilador implantável (CDI), este último, se o paciente tevesse uma indicação para a terapia de desfibrilação, sendo distribuídos aleatoriamente para a estimulação ventricular direita padrão ou biventricular. Os desfechos primários foram: o tempo para morte por qualquer causa, uma visita ao atendimento de urgência por insuficiência cardíaca que necessitasse de terapia intravenosa, ou um aumento de 15 % ou mais no índice de volume sistólico final do ventrículo esquerdo. Dos 918 pacientes atendidos, 691 foram submetidos a randomização, sendo acompanhados por uma média de 37 meses. Os desfechos primários ocorram em 190 de 342 pacientes (55,6%) no grupo com o MP padrão no ventrículo direito, em comparação com 160 de 349 (45,8%) no grupo da estimulação biventricular. Os pacientes randomizados para estimulação biventricular tiveram uma incidência significativamente menor do desfecho primário ao longo do tempo do que aqueles com a estimulação ventricular direita (hazard ratio, 0,74; intervalo de credibilidade de 95%, 0,60-0,90), os resultados foram semelhantes nos grupos marcapasso e CDI.
   Em conclusão a estimulação biventricular foi superior a estimulação ventricular direita convencional em pacientes com bloqueio atrioventricular e disfunção sistólica ventricular esquerda com NYHA classe I, II, III. (Financiado pela Medtronic; BLOCK HF número ClinicalTrials.gov, NCT00267098.).
Referência: NCBI

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